Dermatite atópica: atenção e cuidado com a sua pele

A dermatite atópica, também conhecida como eczema atópico, é uma condição inflamatória crônica da pele que afeta milhões de pessoas em todo o mundo.

Comumente manifestada na infância, essa doença continua a impactar a qualidade de vida de muitos adultos.

Caracterizada por períodos de irritação intensa e ressecamento da pele, a dermatite atópica vai além de uma simples sensibilidade cutânea, exigindo atenção e cuidados especiais para prevenir crises e melhorar o bem-estar de quem a enfrenta.

 

Sociedade Brasileira de Dermatologia e Apoio da Skinlaser

A Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) é uma entidade de referência no cuidado com a saúde da pele no Brasil, promovendo educação contínua, pesquisas e campanhas de conscientização sobre diversas condições dermatológicas, incluindo a dermatite atópica.

Uma dessas iniciativas é a campanha de conscientização sobre dermatite atópica, que busca informar a população sobre os sintomas, tratamentos e a importância de um acompanhamento médico especializado para melhorar a qualidade de vida dos pacientes.

A Skinlaser, comprometida com a excelência no cuidado dermatológico, além de fazer parte da Sociedade Brasileira de Dermatologia, apoia suas campanhas, incluindo a de dermatite atópica.

A Skinlaser se alinha aos esforços da SBD para educar e conscientizar seus pacientes sobre a importância de um diagnóstico precoce e tratamento adequado, garantindo que as melhores práticas e diretrizes sejam seguidas no atendimento clínico.

Esse apoio reforça o compromisso da Skinlaser em oferecer um atendimento de qualidade e atualizado com os avanços mais recentes da dermatologia.

Mitos e verdades sobre dermatite atópica

A dermatite atópica é cercada por várias crenças populares que nem sempre refletem a realidade da condição.

Desmistificar essas informações é essencial para garantir um tratamento adequado e melhorar a compreensão sobre a doença.

Muitos acreditam que a dermatite atópica é apenas uma alergia simples ou que ela desaparece sozinha com o tempo.

Outro mito comum é que ela é contagiosa, o que não é verdade. Essas crenças podem levar ao uso de tratamentos ineficazes ou à falta de cuidados adequados.

Enquanto os mitos populares podem gerar confusão, as evidências científicas mostram que a dermatite atópica é uma doença crônica e multifatorial.

Ela requer cuidados médicos contínuos, e seu controle depende de medidas adequadas, como hidratação da pele, medicamentos tópicos e a identificação de gatilhos ambientais.

Diferente do que se pensa, a cura definitiva não existe, mas é possível alcançar uma grande melhora dos sintomas com o tratamento correto.

 

O que é dermatite atópica?

A dermatite atópica é uma doença crônica, não contagiosa, que se manifesta por meio de inflamação e coceira na pele, muitas vezes acompanhada de vermelhidão, rachaduras e até pequenas lesões.

Suas causas são multifatoriais, envolvendo predisposição genética, alterações no sistema imunológico e fatores ambientais, como o clima e a exposição a substâncias irritantes.

Quem convive com a condição muitas vezes relata momentos de agravamento, conhecidos como surtos, seguidos de períodos de remissão, nos quais os sintomas diminuem.

Diferença entre dermatite atópica e outras condições de pele

Embora existam várias doenças de pele que podem parecer semelhantes, como a psoríase e a dermatite de contato, a dermatite atópica tem suas particularidades.

Ao contrário da psoríase, que costuma apresentar placas espessas e esbranquiçadas, a dermatite atópica é mais conhecida por sua aparência de pele ressecada e inflamada.

Já a dermatite de contato, por exemplo, é causada por uma reação direta a substâncias específicas, como produtos químicos ou cosméticos, enquanto a dermatite atópica está mais relacionada a fatores internos, como a predisposição genética e o sistema imunológico.

Causas da dermatite atópica

A dermatite atópica é uma condição multifatorial. Isso quer dizer que sua origem está relacionada a uma combinação de diversos fatores.

Embora não exista uma causa única para o surgimento dessa condição, estudos indicam que a predisposição genética, influências ambientais e alterações no sistema imunológico desempenham papéis importantes no seu desenvolvimento.

Abaixo, iremos falar sobre cada um desses fatores com um pouco mais de detalhes.

Fatores genéticos

A predisposição genética é um dos principais fatores associados ao desenvolvimento da dermatite atópica.

Pesquisas indicam que indivíduos que possuem histórico familiar de doenças atópicas, como asma, rinite alérgica e a própria dermatite atópica, têm uma maior probabilidade de desenvolver a condição.

Essa relação genética é atribuída a mutações em genes específicos que controlam a barreira protetora da pele, como o gene FLG, responsável pela produção de filagrina, uma proteína essencial para manter a integridade da pele.

Quando essa barreira está comprometida, a pele se torna mais vulnerável a irritações e à perda de umidade, o que favorece o surgimento da dermatite.

Fatores ambientais

Além da genética, os fatores ambientais são determinantes para o aparecimento ou agravamento da dermatite atópica.

O clima, por exemplo, pode influenciar diretamente os sintomas: em climas frios e secos, a pele tende a ressecar mais, exacerbando a condição.

Da mesma forma, a exposição a agentes irritantes, como poluentes, poeira, ácaros, certos alimentos, produtos de limpeza e até tecidos sintéticos, pode desencadear ou agravar crises de dermatite.

A poluição ambiental e o contato com substâncias alérgicas contribuem para a inflamação da pele, dificultando sua recuperação e aumentando a frequência dos surtos.

Relação com o sistema imunológico

O sistema imunológico também desempenha um papel fundamental na dermatite atópica. Na condição, o sistema imune reage de maneira exagerada a estímulos que normalmente não causariam reações adversas em pessoas saudáveis.

Essa hiperatividade imunológica leva a uma inflamação crônica da pele, caracterizada por coceira intensa e lesões.

Estudos mostram que a dermatite atópica está associada a uma desregulação na resposta imune, em que o corpo produz quantidades excessivas de células inflamatórias (como as citocinas), intensificando os sintomas da doença.

Além disso, essa alteração no sistema imunológico pode aumentar a susceptibilidade a infecções de pele, tornando o controle da dermatite mais desafiador.

Esses três fatores combinados – genética, ambiente e sistema imunológico – tornam a dermatite atópica uma doença complexa e de difícil controle, exigindo cuidados específicos e personalizados para cada indivíduo.

Sintomas comuns da dermatite atópica

A dermatite atópica apresenta sintomas que variam de intensidade, mas alguns são bastante comuns entre os pacientes. A seguir, estão os principais:

Coceira intensa

A coceira é o sintoma mais característico da dermatite atópica e pode ser extremamente intensa. Ela tende a piorar à noite, interferindo no sono e na qualidade de vida, levando muitas vezes à escoriação da pele devido ao ato de coçar.

Ressecamento e vermelhidão

A pele seca e áspera é uma das manifestações típicas da doença. Em surtos mais severos, podem surgir áreas vermelhas e inflamadas, acompanhadas de descamações e pequenas rachaduras, que aumentam a sensibilidade da pele.

Áreas do corpo mais afetadas

As regiões mais afetadas variam com a idade. Em crianças, a dermatite atinge com frequência o rosto, couro cabeludo e dobras dos braços e joelhos. Já em adultos, as áreas mais comuns são as mãos, pescoço e a região ao redor dos olhos.

Diagnóstico da dermatite atópica

O diagnóstico da dermatite atópica é geralmente clínico, baseado na avaliação dos sintomas, histórico médico do paciente e um exame físico detalhado da pele.

O médico dermatologista observa características típicas, como a coceira intensa, áreas de ressecamento e vermelhidão, além de perguntar sobre a presença de outras condições alérgicas, como asma ou rinite.

Em alguns casos, exames complementares podem ser solicitados, como testes alérgicos para identificar substâncias que possam estar desencadeando os sintomas, ou uma biópsia da pele para excluir outras condições cutâneas. Esses exames ajudam a confirmar o diagnóstico e orientar o tratamento adequado.

Tratamento e controle da dermatite Atópica

O tratamento da dermatite atópica visa controlar os sintomas e reduzir as crises, uma vez que a condição não tem cura definitiva.

O manejo envolve uma combinação de cuidados diários com a pele e, em alguns casos, o uso de medicamentos.

A abordagem varia de acordo com a gravidade dos sintomas e as necessidades individuais de cada paciente. Dentre as principais opções de tratamento utilizadas, citamos as seguintes:

Cremes e pomadas hidratantes

A hidratação da pele é essencial no controle da dermatite atópica. Cremes e pomadas hidratantes são usados diariamente para restaurar a barreira protetora da pele, prevenindo o ressecamento e minimizando a irritação.

Produtos com propriedades emolientes e sem fragrâncias são preferíveis, pois reduzem o risco de reações alérgicas. A aplicação deve ser feita logo após o banho para selar a umidade na pele.

Medicamentos tópicos e orais

Em casos mais graves, o uso de medicamentos é necessário. Corticosteroides tópicos costumam ser prescritos para reduzir a inflamação e aliviar a coceira durante surtos.

Para crises mais severas, medicamentos orais, como corticosteroides sistêmicos ou imunossupressores, podem ser indicados.

Inibidores tópicos da calcineurina, como tacrolimus e pimecrolimus, também são opções usadas para casos moderados a graves, oferecendo uma alternativa ao uso prolongado de corticoides.

Terapias alternativas

Além dos tratamentos convencionais, algumas terapias alternativas têm sido exploradas para o controle da dermatite atópica.

A fototerapia, que utiliza luz ultravioleta (UV), é uma opção para casos crônicos e refratários, ajudando a diminuir a inflamação da pele.

Outras abordagens, como a acupuntura, têm sido usadas como complemento, visando reduzir a coceira e o estresse associado à condição. Embora não sejam curativas, essas terapias podem oferecer alívio sintomático para alguns pacientes.

O tratamento da dermatite atópica é contínuo e exige uma abordagem multidisciplinar, com o objetivo de melhorar a qualidade de vida e prevenir novas crises.

Prevenção e cuidados diários

A prevenção da dermatite atópica e o controle de seus sintomas passam por uma rotina de cuidados diários com a pele e a adoção de medidas que minimizem os fatores desencadeantes.

Manutenção da hidratação da pele

Manter a pele hidratada é fundamental para prevenir surtos de dermatite atópica. O uso diário de cremes e pomadas hidratantes, especialmente após o banho, ajuda a restaurar a barreira protetora da pele, reduzindo o ressecamento e a inflamação.

Evitar gatilhos

Certos alimentos, estresse emocional e mudanças bruscas no clima podem desencadear crises de dermatite. Identificar e evitar esses gatilhos é fundamental para manter os sintomas sob controle.

Além disso, substâncias irritantes, como perfumes e produtos químicos, devem ser evitadas sempre que possível.

Roupas e produtos adequados para a pele sensível

O uso de roupas de algodão ou tecidos suaves é indicado para minimizar o atrito na pele sensível. Produtos de higiene sem fragrâncias e detergentes hipoalergênicos também são recomendados para reduzir a exposição a substâncias irritantes.

Impacto psicológico

A dermatite atópica, além de afetar a pele, também pode afetar o bem-estar emocional e psicológico de quem convive com a doença.

Coceira constante, lesões visíveis e interrupções no sono podem prejudicar a qualidade de vida, levando a um desconforto diário que afeta o trabalho, a escola e as atividades sociais. A sensação de cansaço e irritação pela falta de controle sobre os sintomas pode agravar esse impacto.

As manifestações visíveis da dermatite, como vermelhidão e inflamação, podem gerar sentimentos de vergonha e baixa autoestima, especialmente em crianças e adolescentes.

A doença pode levar ao isolamento social e aumentar o risco de depressão e ansiedade, exigindo atenção para a saúde mental como parte do tratamento.

 

Conclusão

A dermatite atópica, embora sem cura, pode ser controlada com o acompanhamento médico adequado e o uso de tratamentos personalizados.

Consultar um dermatologista regularmente é essencial para identificar as melhores abordagens e monitorar a evolução da condição.

Para quem convive com a dermatite, é importante manter expectativas realistas, sabendo que com cuidados contínuos e um bom manejo dos sintomas, é possível melhorar a qualidade de vida.